Sendo muito ousado, mas muito mesmo, eu acredito que Platão talvez tenha sido um dos primeiros fotógrafos ao criar a teoria da Caverna de Platão no seu livro A República (Veja a Teoria completa na Wikipedia ). Embora não houvesse criado uma máquina capaz de registrar o mundo, Platão nos apresentou a possibilidade de visualizar o mundo de uma forma diferente, neste caso através das sombras, mas que pode ser atualizado até o filme atual Matrix, que segue a mesma idéia.
1. A câmera Escura: Coincidência ou não, Aristóteles, discípulo de Platão, criou o primeiro relato do princípio da Câmera Escura, que é a base dos conceitos fotográficos atuais.
Aristóteles observou um eclipse através da luz projetada através de orifícios em uma folha em uma superfície. Aristóteles notou que, quanto menor o orifício, mais nítida era a imagem (hoje utilizamos o mesmo conceito para definir a profundidade de campo em uma foto) e com isto auxiliou a construção de instrumentos para observação de eclipses pelo árabe Alhazen no século X
e pelo italiano Giambattista Della Porta no século XIV, com algumas contribuições do incrível Leonardo Da Vinci.
Contudo, haviam ainda duas grandes dificuldades: a primeira residia no orifício da Camera Escura, pois quando se reduzia o seu diâmetro demais, a imagem se tornava excessivamente escura. A segunda dificuldade estava na documentação destas imagens.
2. As Lentes: Naquele tempo, todo mundo brilhante era brilhante mesmo. Tanto que o matemático, físico, médico, astrólogo e inventor renascentista Gerolamo Cardano sugeriu o uso de uma lente biconvexa no orifício da Camera Escura, permitindo aumentar seu diâmetro sem que a nitidez da imagem fosse gravemente afetada. Este instrumento moderno caiu nas graças de várias outras pessoas brilhantes da época, como o pintor/ arquiteto /matemático / físico / cardeal católico Daniele Barbaro, quem estudou os fenômenos da perspectiva e criou o primeiro diafragma móvel para a Camara Escura. Assim, o usuário poderia alterar o diâmetro do orifício facilmente e com isto estudar o curioso efeito da profundidade de campo. E este foi o aparelho com o qual as pessoas se divertiram até o segundo problema, aquele da documentação, viesse a ser resolvido quase 300 anos depois. Mas isto já é assunto para outro dia.
Abraços fotográficos.
P.S.: Já não se fazem pessoas brilhantes como antigamente...
domingo, 26 de abril de 2009
Começando do começo: A Fotografia
Falar da fotografia talvez seja muito mais desafiador do que falar sobre as técnicas de fotografia. Isto porque ninguém sabe ao certo o porque de se fotografar. Muitos autores, como Roland Barthes em Camera Lucida e John Szarkowski em The Photographer´s Eye discorrem sobre a fotografia em si, outros, como Robert Adams em Why People Photograph, buscam comentar a diversidade de visões existentes sobre a fotografia. Na prática, a fotografia, em sua fronteira entre processo documental e atividade artística, gera possibilidades infinitas de interpretação, as quais podem ser capturadas em livros como Basic Critical Theory for Photographers, de La Grange, até em sites públicos, como Olhares e PhotoAnswers .
Como não tenho intenção de defender nenhum ponto de vista e considero que todas as fotografias possuem algo de original, vou me ater a falar do processo em si e seus aspectos técnicos. Bom divertimento!
Como não tenho intenção de defender nenhum ponto de vista e considero que todas as fotografias possuem algo de original, vou me ater a falar do processo em si e seus aspectos técnicos. Bom divertimento!
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